sábado, 8 de março de 2008

Lamento urbano, Penso que diria, Monique, Jaci







Nos últimos tempos reforçou em mim,
o incômodo que a metrópole provoca a quem vem de uma vivência da zona rural
e não esquece das características dessa experiencia .

LAMENTO URBANO

Troco o cartão de crédito e sacolas
Pela lata com frutos do mato.
Troco o Hiper pelos umbuzeiros
Que é quase mãe,
Quase santo,
Quase casa.
Prefiro léguas e pedregulhos
Ao trânsito engarrafado
Prefiro ”lençol de paraíba” no inverno
Ao frio edrendonzado de ar-condicionado.
Prefiro suar o sol de rachar
Que o asfalto frio de esgoto contaminado.
Prefiro vôos de fogo-pagô, rolinhas e canários
Ao check-in e aviões parados.
Troco o mar azul de tubarões
Pela minha Serrinha impar no descampado.

Aceito juremas de ponta afiada
Mas não a tropa de ”cheira-cola” abandonada.
Troco o ritualesco “mais alguma coisa senhora”
Pelo entusiasmo do feirante: “queijo de primeira”,
Chegado agorinha. Vamos levar cumade?

Prefiro grilos e sapos a pular
Aos pombos urbanos desgovernados.
Troco pão caixa e salame por quebra bucho de beirada.
Prefiro banho de poço e sabonete nas pedras
A esse racionamento agendado.
Prefiro riscar com a unha a letra
Do paquera na melancia na roça
Ao namoro virtual, distanciado.
Prefiro bico de candeeiro
Aos postes de luz mercúrios enfileirados.
Prefiro rezar contra bicho peçonhento
A ter medo de bandidos em sinal.
Troco minha identidade sentimental recifense
Por uma saudade quilométrica
altomontense / florestana
que nada pode ser igual.










ELE ERA ASSIM

Eiii minha gente
Sei que surpreendi
Com o roteiro da minha viagem
Mas devo ter ficado em sacos de pipocas
Na música ao ouvir tocar
No carnaval que não vou pular
No abraço que lhe faltar
Nas pessoas que passam e eu sem passar
Na explicação de História que não serei eu a dar
No meu elogio que ao ouvir fazia você se animar
Na chegada que esperará e nada...
Talvez falte mais uma pessoa nos retratos da família
Na pose a ser tirada

Quem dera rir docemente
Novos momentos...
Vibrar com seus sonhos ...
E nao ver hoje você chorar.

Homenagem a George Gominho Ferraz de Sá (09/01/08 - 1 ano da sua partida).








À minha filha MONIQUE



M enina alegre, estudiosa e afetiva
O rdena o tempo para realizar seus sonhos...
N ão importa as “tempestades” que sofreu
I ncapaz é de se render ao desânimo
Q uerida pela família inteira
U nida ao seu irmão
E xpressão solidária, como é, a presença de Deus entre os cristãos

F iel as suas amizades, tem uma porção
E screve o presente para pensar em seus passos...
R ecolhe as sementes de cada abraço
R ega com dedicação
A nálgésico humano, pílula de afeto e emoção
Z elo pela paz, elo de união.

D inâmica
E xtrovertida

S onha melhores dias alcançar
A liada à ciência tudo de si, dá.

B rasil é sua pátria, mas noutra sonha estudar
E lege a leitura, a música, um rapaz inteligente para gostar
L eve, real, ariana, independente
T erá o mundo uma “estrela” para o iluminar
R eserve o futuro, alegrias, pois bem merece
A mor em reserva a acalentar
O bom Deus possa sua saúde eternamente abençoar


Mensagem à minha Filha: Monique Ferraz de Sá Beltrão quando do Encontro de Jovens com Cristo - Junho 2006



Jaci Ferraz de SáHomenagem aos seus 70 anos. (27/02/2008)



Hoje queria entregar-lhe o troféu (o ”OSCAR”)
Dos que sabem amar as Mães.
Foram diversas as demonstrações de seu valorizar.
É hora de como membro de nossa família, render nossa gratidão.

Empático, extremamente carinhoso, gostava de realizar sonhos, vê um rostinho sorrir.
Fiquei muito feliz com meus brochinhos de abelhas que bem criança ganhei de você e que me enfeitava ao me vestir;
O gravador que você me deu pra as músicas do REI eu gravar e ouvir, gravar poesias para ficar ouvindo depois.

Você na sua bondade
Tirava da Caixinha dos Desejos de cada uma de nós, justamente.
Os papeizinhos dos nossos pedidos principais (que a gente nem revelava, mas você imaginava).
Foi assim que levou
Minha mãe a Basílica de Aparecida
Dando-lhe a alegria que parecia não haver outra igual.
Fez-se um homem bom
Saindo dos seus currais, “de ossos, pedras e chifres” sua boiada na imaginação.

Liderava qualquer assistência
Nunca se ouviu dizer que não podia
Como esquecer sua bravura de transportar até uma pessoa em fúria nervosa,
quem iria?

Bom jogador de damas
Em raras horas de lazer
Mas ficava sem sono se alguém fizesse você perder.

Você foi pra nós o pára-quedas
Aberto na hora do perigo,
Um porto, um abrigo quentinho na tempestade.
Tarzan, He Man, o Corpo de Bombeiros, um amigo,
Um verdadeiro irmão.
Impossível retribuir sua proteção sem medida.
Resta-me dizer eternamente
Como lhe sou AGRADECIDA.

3 comentários:

Unknown disse...

NÃO TENHO PALAVRAS... "PENSO QUE DIRIA" ME EMOCIONA, É LINDO E MUITO TRISTE SABER QUE É REAL E SÓ QUEM CONHECIA REALMENTE GEORGE SABE A FALTA, A SAUDADE QUE SENTIMOS. BJS.

Anônimo disse...

É impressionande como tia Loudinha consegue retratar meu PAI(Jaci), suas palabras são muito sinceras, você consegue expressar exatamente como este grande guerreiro é.
Um forte agraço, e que Deus lhe dê sempre muita sabedoria.
Candice Ferraz

Anônimo disse...

Falar de jaci, é como falar de meu Pai. O que faço hoje agradeço a ele,pela oportunidade.
É uma pessoa exemplar,um guerreiro determinado que deu oportunidade a muitas pessoas, para aprender ser algo na vida.
Abraço

Quem sou eu

Recife, Pernambuco, Brazil